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sexta-feira, 27 de abril de 2012

As Cronicas De Um Homem Morto [2]

Parte 2 - O nome de um morto
Autor: Leonardo Coimbra Cortez

  Se fosse hoje em dia eu pensaria que tenho alguma mutação ou que eu era alguma experiencia alienígena, mas era a Idade Media minhas únicas opções eram ou era o Messias ou era filho do Diabo. Bem nunca fui muito religioso, ia a igreja aos domingos, mas sempre dormia no meio do discurso em latim, e mesmo depois de "ressuscitar" não havia ouvido o chamado do senhor. Eu sou filho do demônio, pensei. Faria todo sentido , nunca conheci meu pai de fato e minha pobre mãe faleceu de uma doença misteriosa, que acredito ter sido tuberculose, mas também não sentia vontade de fazer o mau. Então decidi esquecer tudo. 
 
  Hoje nem lembro mais meu nome, se lembro prefiro não contar, mas eu não tinha muito o que lembrar já que todas as pessoas que já conheci estavam mortas. Fiquei no vilarejo mais dois dias com medo de encontrar os Mouros na estrada, sorte minha que haviam algumas poucas casa em estado descente onde consegui alimento e roupas limpas, quando me recupereio eu parti para lugar nenhum. 

  Segui pela estrada, pelo menos não vi sinal dos Mouros, caminhei sem me cansar acho que fique mais forte e resistente depois de morrer, depois de meio-dia de viagem cheguei a fronteira do feudo onde vivia a temida "Foresta degli angeli caduti" floresta dos anjos caídos. Era um bosque em terreno íngreme muito traiçoeiro , muitos morros poucas trilhas, já que nada me restava alem da jornada em um impulso entrei mata a dentro. Tudo era igual, devia ter me perdido, os aldeões evitavam vir aqui cortar madeira por causa das alcateias de lobos que rondavam a região, eu havia perdido mais de duas ovelhas pare esse lobos malditos. 
  
  Anoitecera e a floresta foi tomada em um escuridão que a única coisa que se vira era os olhos dos animais espreitando os arbustos. Resolvi dormir em cima de uma arvore para evitar os lobos e bandidos, não que eu tivesse algo para ser roubado ou carne para ser devorada. Acordei junto ao sol em meu rosto, uma brisa suave e um cheiro de orvalho inundou meu pulmão que há muito tempo não sentia um respiro de vida e paz. Após algumas horas de caminhada vislumbrei um vulto no chão logo abaixo do barranco onde eu andará.
Ao descer vi o que seria um cavaleiro, um homem de pele clara, cabelo loiro e de um porte físico tremendo. 

  Pobre homem azarado, estava morto há pelo menos um dia, pelas marcas eu suponho que estava cavalando pela tênue trilha logo acima em que um súbito de medo, quem sabe por causa de uma serpente, o seu cavalo empinou e escorregou barranco abaixo. A queda nem foi de uma altura tão grade assim, o próprio cavalo estava bem vivo ali só a alguns metro bebendo água em um córrego, mas o homem não teve sorte com o escorregão ele caiu do cavalo e bateu sua cabeça em uma pedra, morreu na mesma hora pelo menos não havia sujado suas roupas de sangue. 
  
  Alguns me julgariam errado, mas naquela situação era o que eu podia fazer, despi o corpo peguei seu escudo e cavei uma cova rasa ali mesmo, peguei alguns galhos e improvisei uma cruz. O escudo leva o nome dele "Dante Constantius Tréveris" , pelo nome e aparência devia ter alguma ascendência alemã. Tirei os trapos que usava como roupa, me limpei da melhor maneira que pude no córrego e me vesti com as roupas do defunto. Bem ou mal elas me serviram ,se ajustaram muito bem, agora eu era um cavaleiro. 
Sou eternamente grato a aquele pobre infeliz, tomei seu cavalo, suas roupas, suas armar e até o seu nome, partir daquele dia eu era Dante Constantius Tréveris, o homem morto. 

Continua...

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